Dois top 10 em uma semana

Vida de atleta não é fácil, principalmente porque se compete pouco.
Quanto mais se busca por resultados menos se compete - eis aí um grande paradoxo.
Isso porque o máximo de desempenho é obtido quando se prioriza uma determinada competição e se direciona todos os treinos para obter melhor desempenho na data estabelecida.

Competir muito não é bom porque o desgaste de uma competição é, quando se busca o alto rendimento, normalmente excessivo.

É por isso que tenho competido pouco em 2012.

Abri uma exceção na última semana:

No domingo dia 17, corri os 21,1 km da Meia de Floripa. Prova bem organizada, quase plana, com destaque para a travessia nas pontes Colombo Sales e Pedro Ivo. A ideia era utilizar como treino e parar na metade da prova. Mas ao fazer o retorno, me senti tão bem que acabei indo até o final num ritmo confortável de 3m40s por quilômetro. Ao final, o tempo de 1h18m17s veio de maneira tranquila, com direito a um último quilômetro bem forte, próximo dos 3m20s. O décimo lugar geral (primeiro na faixa-etária) foi uma surpresa principalmente pelo nível de esforço.

No dia seguinte estava fazendo tiros de 1.000m para 3m15s com 1m40s de intervalo ativo, isto é, correndo em ritmo lento.

Os treinos prosseguiram durante a semana e, neste último sábado, 18 km percorridos na bela cidade de Campos do Jordão (serra paulista) em um percurso muito duro com subidas e descidas, trilhas e estrada de terra (competição chamada Mountain DO - muito bacana, recomendo que conheçam o site).
Decidi largar num ritmo forte e cheguei a liderar a prova. Durante a maior parte do percurso estive, entretanto, disputando a terceira posição. Porém, uma prova desse porte exige um treinamento específico de montanhas, e principalmente as descidas atrapalharam bastante o meu rendimento.

Terminei em quarto no friozinho de dez graus. E após uns dias de férias com a família e duas competições fora de época...

É hora de foco total nos treinos.

Sim, porque atleta de verdade é aquele que gosta de treinar pra valer... e não necessariamente competir.

E se treina para melhorar no treino da semana seguinte... e no da próxima, da outra, e por aí vai.

Esse é um processo que tenho aprendido ao longo dos anos de treinamento. E acredito que não valha apenas para o esporte. Aperfeiçoar alguma coisa dia após dia é um processo árduo e demorado. Um processo que, para valer a pena, tem que te fazer pensar inúmeras vezes em desistir. Mas um processo que te oferece uma recompensa valiosa: essa de, vez ou outra, poder competir com um sorriso no rosto.