Talvez a maior virtude de um atleta não seja a persistência, o foco, a capacidade de superar a dor - mas a paciência.
Saber que são necessários vários e vários anos para obter resultados de alto nível é um processo árduo e que exige um controle de ansiedade muito grande.
Em especial para o atleta de provas de resistência, são muitos anos de formação (leia-se quilômetros percorridos) até que seu corpo se adapte e adquira o chamado 'lastro' de treino.
Esse lastro de treino é a chave para o domínio dos quenianos e etíopes em nível mundial de longa distância. O motivo? Desde crianças são acostumados a percorrer grandes distâncias por dia para se locomoverem às suas escolas - distâncias que muitas vezes superam os 20 quilômetros por dia. Faz parte do cotidiano dos africanos encarar 20 quilômetros por dia como algo absolutamente normal. Logo, ao atingirem a idade competitiva, possuem vários e vários anos de treinamento natural em relação aos outros atletas.
Um atleta talentoso pode chegar a uma Olimpíadas com cerca de 8 a 10 anos de treinamento. É claro que existem exceções em menos tempo. Mas, em geral, são 8 a 10 anos de treinamento pesado para se chegar ao auge.
E é por isso que acumular quilômetros rodados é tão importante quanto os famosos treinos intervaldos. Só assim um atleta pode acumular base e força para alcançar seus melhores resultados.
Neste domingo de tempinho não muito agradável coloquei mais uma gotinha no meu nível de lastro de treino.
16 quilômetros percorridos - 8 quilômetros a média de 3m45 por km, e os outros 8 quilômetros mais lento, a média de 4m30 por km - no total, 1h07 de treino.
Nesta semana acumulei cerca de 75 quilômetros corridos, em fase de aumento da intensidade dos treinos e diminuição do volume.
E a conta está um pouco mais cheia.
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