segunda-feira, 13 de março de 2017

Discutindo alguns dogmas da corrida: o que aprendi na prática

Cada vez que me pego pensando no crescimento da corrida no Brasil tenho sensações diversas. Por um lado acho muito bacana que tem cada vez mais gente correndo, que o mercado de corredores hoje possui bastante força economicamente, que eventos bacanas têm se multiplicado por todo o mundo, e que a corrida deixou de ser um esporte secundário e 'para loucos', e passou a ser o que realmente é: simples, acessível, e popular.

Por outro lado, esse crescimento enorme veio acompanhado de tanta desordem que volta e meia sinto falta daqueles tempos mais obscuros da corrida (embora não tenha chegado aos 30, eu já corro há mais de 20... e como era diferente correr há 10 ou 20 anos!). Dentre esses aspectos, um que me traz certo desconforto é o impacto das Redes Sociais. Como tenho muitos amigos no ramo, todo final de semana a linha do tempo do meu Facebook é inundada por relatos das provas do final de semana (alguns longos, detalhados, e chatos), sempre acompanhado de fotos, por vezes vídeos, e claro, diversos "likes", comentários de aprovação e motivação.

A vaidade é inerente ao ser humano, mas na corrida, tenho me surpreendido de até que ponto chegamos! Parece-me que para muitos, buscar essa aprovação social supera o próprio prazer de correr. Não se corre ou compete por correr, mas pela aprovação social resultante da corrida. Que me desculpem os que aqui se sentem ofendidos, mas escrever semanalmente e compartilhar relatos até de treinos no Facebook, uma Rede Social onde a grande maioria das pessoas não quer saber de correr, ou ainda encher diariamente o Instagram de hashtags, é mais que curioso... parece-me um sinal de que algo está errado.

E está mesmo. Existe "algo de errado" com a corrida hoje, pelo menos sob o aspecto esportivo. Nós somos muito, muito mais lentos que no passado. Neste final de semana corri uma Meia Maratona para '1h17 alto'. Embora a prova tivesse muitos morros e meu tempo fosse mais baixo numa prova plana, há 20 anos esse seria apenas um 'razoável tempo amador'. Hoje é tempo suficiente para terminar entre os 10 primeiros (e só não pegar pódio mesmo porque a prova valia dinheiro...). O corredor médio amador de hoje é muito mais lento que o corredor médio do passado; comprovado empiricamente e em números que aqui não vou reproduzir, mas que estão disponíveis a um clique do Google. Evidentemente não há nenhum problema em ser lento - cada corredor possui seus objetivos, limites, e ao final todos cruzam a linha de chegada. O problema é que isso cria condições para, digamos, corredores que correm um 10 km em 45 minutos virarem verdadeiros gurus da corrida. Existem muitos por aí. Esses "experts" em geral não sabem o que dizem e acabam prejudicando centenas de pessoas (às vezes milhares) com bobagens longe do que diz a ciência.

Certamente que existem muitos motivos para essa lentidão - um deles é que terminar uma prova se arrastando é suficiente para obter aprovação social, independente dos riscos que isso cause à saúde. Novamente peço desculpas se aqui ofender alguém, mas salvo raríssimas exceções, correr uma Maratona acima de 5h não é normal ou recomendável, correr 10 km em mais de 80 minutos também não. E estou sendo generoso nos tempos.

Acontece que somos uma geração que não gosta de treinar, que quer resultados imediatos e aprovação social. O 'resultado imediato' deixou de ser uma variável dependente do tempo de prova, e passou a ser uma variável dependente do número de curtidas em Rede Social.

Estamos mais lentos também porque a lógica de mercado impôs como verdade vários aspectos que carecem de embasamento científico, e que são utilizados pelos corredores e reforçados por Assessorias e organizações que não só não questionam esses dogmas, como deles se beneficiam.
Como tem cada vez mais gente correndo, e a educação esportiva no Brasil é muito pobre, muita gente acaba exposta à chamada "sabedoria popular", perpetuando mitos que possuem pouco embasamento científico. Logo, quem tem alguns meses de prática acaba replicando esses mitos aos novos que chegam, e assim por diante. Esses mitos acabam nunca sendo questionados.

Em mais de 20 anos de corrida e com uns 50 mil quilômetros percorridos, noto que sou hoje um corredor bastante diferente da média. Fazendo uma brincadeira com um meme que recentemente viralizou nas Redes Sociais, eu seria hoje o que chamam de "corredor raiz" em meio aos "corredores nutella".  Decidi então escrever essa postagem sobre alguns desses dogmas, e o que funcionou pra mim na prática.

p.s - os diversos estudos científicos mencionados abaixo podem ser encontrados nas referências do livro "O Treinador Clandestino" (Danilo Balu), o qual recomendo a qualquer corredor. Sob o ponto de vista mais macro, recomendo os brilhantes "Antifrágil" e "A Lógica do Cisne Negro", de Nassim Taleb.

1) Eu nunca fiz teste de pisada, nunca comprei tênis baseado nesse aspecto e jamais tive lesões. Tenho muitos pares de tênis, e provavelmente de diversos tipos (chamam de pisada "pronada", pisada "supinada", pisada "neutra"). Não há qualquer comprovação científica de que "comprar o tênis certo" diminui o risco de lesão ou aumenta performance. Na verdade, diversos estudos apontam que não há diferença nenhuma. O que há é muito dinheiro envolvido nas empresas de calçados, e todo um mercado que favorece essa lógica (profissionais da área da saúde ganham $ quanto mais dúvidas se tem sobre o assunto, e ainda que não o façam por desonestidade, pecam por muito raramente questionar a cientificidade do tema).

2) O fato de beber pouca água durante o exercício provavelmente beneficiou minha performance ao longo do tempo. Acho que nunca na vida eu levei água pra correr em treinos de até 1h00. Em geral, a não ser em treinos longos de mais de 1h30 (ou em raras exceções em casos extremos no verão), a busca desenfreada por "não se desidratar" não possui muita lógica, tanto em termos de saúde quanto em termos de performance. Na verdade, estudos feitos em corredores de elite mostram que existe forte correlação entre performance e a capacidade de se desidratar. Beber água "antes de ficar com sede" é bobagem - afinal, sabemos mais do que os sinais do nosso corpo em relação a algo tão fundamental para nossa sobrevivência como espécie?

3) Gel carboidrato? Só em Maratonas...
Já vi corredores utiliando géis de carboidrato em provas de 5k e 10k e o que sinto quando vejo isso é tristeza. Porque o fazem por total desconhecimento, incentivados por alguém que julgaram entender mais sobre corrida do que eles. Eu sempre utilizei géis somente em Maratonas. E mesmo nelas há diversos questionamentos sobre a utilidade de se consumir carboidratos.

4) Nunca usei Meia de compressão, Kinesio Tape e outros acessórios que são, muito provavelmente... frescuras.
Observe os melhores corredores em qualquer prova que passe na televisão e note quantos utilizam Kinesio Tape, Meias de Compressão e outros acessórios. Ou ainda, faça o teste na próxima prova que você for correr no final de semana. Observe os melhores corredores e veja quantos utilizam Kinesio Tape ou meias de compressão. Agora pense: se mesmo em corredores profissionais, que vivem do esporte e buscam maximizar a performance e minimizar lesões, o uso de Kinesio Tape e meias de compressão é baixíssimo, o que isso significa pra você? Que seu corpo é diferente e pra você funciona? Minha dica é: quando foi a última vez que você realmente questionou algo que te disseram sobre corrida, ou seja, foi realmente a fundo ver se era verdade?

5) Alongamento? Nem antes, nem depois...Eu admito... sempre fui péssimo em alongamento e nunca gostei de me alongar. Por dois motivos: um que sempre achei muito desconfortável, e outro que sempre me pareceu inútil exercitar movimentos que não são naturais na corrida. Por muito tempo achei que não me alongar era uma das minhas falhas como corredor. Até que, surpresa! Pesquisar sobre o assunto de maneira séria, lendo o que há de melhor e mais atual, me faz ter fortes evidências que alongar antes do exercício não só não traz qualquer melhoria na performance, como pode até prejudicá-la. Alongar é fundamental para outros esportes (a ginástica aí está como evidência clara), mas na corrida... bem, na corrida é muito mais uma 'sabedoria popular' do que algo que faça sentido. Tanto antes, quanto depois.

6) Correr em Jejum? Faço há anos e nunca tive problemas...Esse tema é muito bem embasado no primeiro capítulo do livro que citei, O Treinador Clandestino. Sugiro que leiam para verificar as referências citadas. Empiricamente posso dizer que por anos saí pra correr de manhã cedo sem comer nada, e seja para treinos longos ou difíceis, nunca tive qualquer problema de desmaio, pressão baixa ou afins. Na verdade, muito possivelmente o treinar em jejum até promoveu um aumento de minha performance...

7) O fato de praticamente não fazer fisioterapia preventiva, não seguir a recomendação de nutricionistas e não ir ao médico me poupou muitos conselhos errados.Vamos lá, por partes. Primeiro, devo dizer que fiz sessões de fisioterapia antes do Ironman em 2013. Gostava bastante e me ajudava a relaxar. Acho difícil acreditar, porém, que ter feito fisioterapia me ajudou a evitar lesões, ou que foi fator primordial para eu poder competir. Isso porque em nenhuma das minhas 12 Maratonas eu fiz fisioterapia constantemente; em anos treinando um volume semanal considerável com tiros e longos eu jamais fiz fisioterapia; e vejam só - eu nunca tive quaisquer tipos de lesões musculares. Não estou dizendo que a fisioterapia é inútil: estou criticando a excessiva importância que milhares de corredores dão a ela, e o pensamento de que "sem fisioterapia eu vou me lesionar". Também saliento que estou criticando a fisioterapia preventiva e não a reabilitação. É evidente que, procurando a opinião de um profissional de saúde, ele tende a lhe recomendar a fisioterapia. É lógico, pois irá se beneficiar disso. Não é desonestidade; é mais confortável acreditar que somos realmente fundamentais, antes de realmente nos questionarmos.

Com a Medicina é basicamente a mesma coisa. A última vez que fui num médico foi quando torci o tornozelo feio há alguns anos. Ele me recomendou 30 dias sem colocar os pés no chão, fisioterapia e 90 dias sem correr. Não adiantou dizer que eu era corredor. Essa foi a recomendação baseada num diagnóstico "claro". Em uma semana eu estava correndo. Não estou querendo que todos pensem igual, mas eis o que penso da Medicina Esportiva: fundamental em casos de alto risco, e muito pior que o próprio indivíduo para um diagnóstico em casos simples. Tenho convicção que na grande maioria dos casos somos melhores juízes do nosso próprio corpo do que um Médico. Sabemos em geral identificar quando uma "dor é dor de treino ou é uma dor que deve ser investigada". Mas não confiamos na inteligência do nosso corpo. E sempre precisamos de outra pessoa para nos dizer o que fazer. Não. Não pode estar certo. Reitero: procure um médico em casos sérios. Em casos simples, pergunte-se se não vale mais a pena ficar em casa e confiar nos sinais do corpo.

Com a Nutrição tenho muitas ressalvas, sobretudo porque a Nutrição é uma ciência nova que costuma recomendar o que ainda não tem comprovação prática, ou pior, há fortes evidências do contrário. A bobagem de comer de 3 em 3 horas é uma delas. Não correr em jejum é outra. O Danilo Balu escreveu um livro só sobre isso - O Nutricionista Clandestino - que vale a pena ler, sobretudo pela extensiva bibliografia oferecida. Aqui, vou apenas dizer que nunca segui (até já fiz, mas nunca segui) uma dieta recomendada por nutricionista. Nunca fiz uso contínuo de suplementos. Depois de uma prova (ou durante, como no Ironman) gosto mesmo é de tomar coca-cola. E carrego comigo em Maratonas balinhas jujuba em Maratonas (não tanto pelo carboidrato, mas pelo prazer de consumí-las). Há quem diga que se eu fizesse tudo certinho com o acompanhamento de um nutricionista, eu teria um desempenho melhor. Eu sou bastante cético quanto a isso. E penso que a nutrição está mais fundamentada em chute do que em ciência.

8) Treinar anos na pista de atletismo foi fundamental para minha formação de corredor. Exercícios de coordenação são muito importantes e normalmente negligenciados.
Fico sinceramente triste ao saber que, mesmo com o crescimento exponencial da corrida, a esmagadora maioria dos corredores nunca pisou em uma pista de atletismo na vida. Foi na pista que aprendi a correr. Anos de exercício de coordenação foram fundamentais para o corredor que sou hoje. Boa parte das Assessorias não promove exercícios de coordenação, ou porque não sabem como fazer, ou porque os próprios corredores reclamam (acham um saco fazer, e querem ir ao treino pra correr). A velha história da busca pelo retorno imediato...

9) Existe uma fortíssima relação entre correr mais e correr melhor.Você sabe quantos quilômetros por semana treina um corredor profissional de 5 ou 10 quilômetros? Não menos que 120 por semana, e normalmente mais de 150. Um Maratonista supera facilmente os 200. Boa parte desses quilômetros (normalmente entre 70% e 85%) em baixa intensidade. É óbvio que não basta sair pra correr 20 km super devagar todos os dias, terminar a semana com 140 e achar que vai melhorar. Porque a rodagem semanal não é a única variável - existe também a qualidade do treino. O fato é que, se você aguenta o tranco, correr 100 por semana será melhor que correr 70, pelo menos sob o ponto de vista de performance. O alto volume não é para todos, e corredores devem compreender seus limites fisiológicos, balancear a corrida com outros aspectos da vida, e ter certa experiência no esporte antes de fazer "loucuras".  Mas é um dos caminhos mais naturais e lógicos para melhorar no esporte.

10) A Maratona é relativamente mais fácil que outras distâncias. Se você não acha, muito provavelmente é porque se preparou mal, ou está subotimizando sua performance em distâncias mais curtas.
hoje existe uma busca desenfreada para se chegar aos 42 quilômetros. Mal começaram, e corredores já estão pulando as distâncias com hashtags do tipo #Rumoaos42k. Existe uma aura e uma mística em torno da Maratona que é histórica, mas a verdade é que essa prova pode ser muito difícil ou relativamente fácil, e tudo dependerá de como você treinou. Acontece que correr uma Maratona deveria ser um processo gradativo de acúmulo de volume de treino de baixa intensidade por anos, mas o que observamos é corredores buscando resultados imediatos e partindo para a Maratona antes da hora. E o que escrevi é verdade: treinar para uma Maratona é treinar em baixa intensidade na maior parte do tempo. Se você treinou certo, boa parte da Maratona será em ritmo confortável, um ritmo que você consegue conversar com o corredor ao lado. Sim, nos últimos 5 ou 10 quilômetros as dores vão aparecer. Mas em qual outra distância é possível competir em ritmo confortável por cerca de 75% da prova? Se você disser que faz isso em 5k, 10k ou mesmo Meia, está subotimizando sua performance. E se o seu ritmo de Maratona estiver desconfortável antes da Metade... bem, você irá quebrar e aí sim descobrirá porque uma Maratona pode ser muito difícil. Com toda honestidade, uma das provas mais fáceis da minha vida foi a Maratona de Porto Alegre em 2014 onde corri 2h41. Uma das mais difíceis foi minha primeira, em Floripa, onde corri 3h46. Estava muito mal preparado.  Se você é como eu e busca sempre se auto-superar, uma competição será sempre difícil, mas treine certo, e a Maratona poderá ser relativamente mais fácil que outras distâncias. Treino errado, e uma Maratona será... bem, provavelmente será como você ouviu falar de uma Maratona. Uma tortura até a linha de chegada.

5 comentários:

  1. Excelente texto Rafa... Poderia até se aprofundar nos treinos de coordenação. Porque pelo que vemos nas ruas, pessoas com camisas de assessorias correndo errado, respiração muito ofegante em ritmo incompatível com o nível de treinamento, somente buscando um "status" melhor no ranking de amigos do aplicativo, fazendo um esforço desnecessário e prejudicando o treinamento.

    Concordo e discordo na parte da nutrição, pois mesmo indo algumas vezes em um profissional de nutrição esportiva, nunca segui ao certo o que recomendavam comer, principalmente pela restrição que me colocavam, mas a parte suplementar foi essencial para que eu corrigisse alguns problemas.

    E por fim, só discordar da opinião da fisioterapia preventiva. Eu sempre fui de praticar muitas atividades além da corrida, e acabo sobrecarregando músculos essenciais para a corrida, nesses casos, meu corpo sempre emite sinais de dor, e nesse caso vale a pena procurar um profissional, antes que se torne uma lesão.

    No mais concordo em gênero, número e grau... nós os Insanos(corredores raízes), temos muito a colaborar com a nova geração de corredores, mas parece que os conselhos de marketing valem mais do que os de anos de experiência.

    Muito bom ler seu blog novamente... KEEP POSTING!!!!

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  2. Excelente texto Maioral!

    Sempre que você escreve eu venho aqui para acompanhar, sinto falta as vezes de ver esses seus textos sinceros sobre corrida, em meio a um mundo de bobagens postadas para atingir alta performance em "semanas".

    Continua postando aí amigo, tens leitores que estão sempre por aqui.

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  3. Muito bom o texto. Concordo plenamente.

    Entretanto, isso se aplica aos amadores como vc que possuem tempos acima da média e muitas das vezes agem como se profissionais fossem.

    Até pouco tempo atrás constava aqui no blog que seu objetivo era conseguir um índice olímpico num ano "X".

    Sinceramente: muita prepotência.

    É arrogância também vir com o papo recorrente de que corre a "tantos anos", desde a "época tal", como se isso o qualificasse de modo a conferir "argumento de autoridade". Na boa, isso deve ser motivo de vergonha algumas vezes, já que volta e meia surge um corredor amador que começou a correr com 30 anos e logo começa a fazer tempos "expressivos".

    Vitórias e pódios em corridas com algumas centenas de corredores (as vezes nem isso), que 90% das vezes premiam com um troféu somente (a maioria confeccionados com material e gosto duvidoso), sinceramente, só valem pra alimentar o ego.

    De todas as corridas que participo em SC, não vejo nenhum corredor que as vencem no nível de ser chamado de "profissional".

    Qualquer corredor que "leva" as provinhas em SC não fica nem entre os 100 primeiros numa São Silvestre da vida. Mas continuam se passando por profissionais, muitas vezes estampando reportagens em revistas e periódicos locais, até dando entrevista pra rádio...

    Como já ouvi alguém falar uma vez: "se aquele 'tempasso' que você fez não lhe rendeu uma boa grana, ele não valeu nada".

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  4. Prezado anônimo... agradeço pelo seu comentário e mesmo por suas críticas. Uma das maiores que faço justamente é com relação ao nível das corridas no BR, que é muito fraco. Já ganhei dinheiro em provas com tempos altos. Tempos bem amadores. Quem me conhece e comigo conversa sobre corrida, sabe que tento desconstruir a imagem de 'profissional' que muitos leigos possuem em relação a mim, e se dá por um processo de desconhecimento do esporte que acontece desde pequeno (é o fato que cito de poucos terem pisado numa pista de atletismo).

    Sobre sua crítica ao argumento de autoridade, sinceramente não entendi. Porque o fato de correr há muitos anos não é para reforçar o fato de correr bem, mas o fato de conhecer um pouco do mercado e ter vivenciado a transformação do mesmo. Por sinal, minha dissertação de mestrado foi justamente destinada a compreender e analisar este mercado de corridas no BR.

    Embora não seja um grande corredor - e concorde com sua crítica aos corredoees de SC (embora você demonstre desconhecimento pois existem sim atletas do estado em nível top 10 BR), a corrida é minha paixão desde pequeno. Pesquisp, leio e questiono muito sobre o assunto.

    E sim, eu já sonhei muito em um dia fazer o índice olímpico, embora tenha plena noção do abismo que dele me separa.

    Espero sinceramente que você se identifique, do contrário, você me passa a mensagem de 1) Não ter lido o texto onde faço inclusive uma auto-critica à minha performance; 2) ser frustrado com relação ao próprio desempenho no esporte e 3) não me conhecer e 4) ser um covarde por pouco ter comentado sobre os pontos abordados na postagem, direcionado as criticas ao lado pessoal e ainda não ter se identificado.

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  5. Muito bom Rafa... ta na hora mesmo de se desmistificar esses dogmas que existem sobre corridas. Corredor raiz, isso ai. Parabéns pelo texto. Abç.

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