quinta-feira, 4 de setembro de 2014

De rotinas e corridas

Estou convencido que um bom período de treinos vem acompanhado de uma rotina previsível. Você sabe: ter um horário mais ou menos certo para acordar, dormir, e realizar seus compromissos do dia.
Uma das dificuldades de se treinar em médio/alto rendimento é que é preciso estar bem para o treino. Descansado, motivado. Porque muitos serão os dias em que o corpo vai exigir ficar em casa, pular o treino, diminuir o ritmo, trocar o intervalado pelo trote.

Treinar pra valer dói. Exige, desgasta, e machuca. 

Não estou falando aqui em concluir uma prova de dez quilômetros em 50 minutos, uma Meia Maratona em menos de duas ou uma Maratona em menos de quatro.
Falo de treinar a ponto de  - me perdoem os não habituados a isso, mas esse é um blog de filosofias e atletismo de alto rendimento - vomitar. Ficar desmaiado no asfalto por alguns minutos depois de atingir um novo limite no intervalado da semana. Chegar em casa destruído e ter dificuldade em subir escadas.

Ironicamente, essas sensações, para o atleta, são as mais recompensadoras. Porque só é possível atingí-las quando se está em alto nível de treino. Quanto melhor treinamos, melhor condicionado estamos, simples assim. E aí volto à rotina. Sem ela, é difícil treinar pra valer em médio, longo prazo. Assim tem sido minha vida nos últimos três meses. Jamais deixei de treinar e ter o esporte como uma de minhas prioridades. Treinei quase todos os dias. Fiz alguns treinos até bem bons. Mas aleatórios. Não fluiu. 

O processo foi causado também pelos meses finais do meu mestrado, que defendo dia 24 de setembro - escreverei muito mais sobre ele por aqui em breve, e uma mudança de cidade, a qual se consumará nos próximos dias.

Tive que aprender, na marra, a treinar para manter a forma, e esquecer, por uns meses, aquele desejo insaciável de melhorar. Acho que fui bem sucedido. Ainda saio pra correr meus 10 quilômetros a 3:30 min/km sem tanta dificuldade, e consigo emendar um 16:30-40 nos cinco mesmo em dias ruins.

Mas faltou rotina, continuidade, paz de espírito para treinar, e proporcionar ao meu corpo o descanso merecido.

A boa notícia é que alguns ciclos estão se encerrando, e já visualizo um novo e recompensador período de treinos.

2014 ainda tem muita lenha para queimar.

E eu estou com saudades de vomitar.

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