segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Floripa abraçando a corrida

Neste fim de semana participei do Circuito da Corrida das Farmácias Pague Menos, que possui várias etapas ao redor do Brasil, e finalmente chegou à Floripa. Competição com premiação em dinheiro para os primeiros colocados, e que por isso atrai atletas de elite, sobretudo do sul do país.

No próximo fim de semana, com percurso muito parecido, teremos a prova da Funcional Run, com premiação em dinheiro ainda maior.

Esse ano as provas em Floripa explodiram - são duas meia-maratonas, uma maratona, o Volta a Ilha, vários Mountain DO, e incontáveis competições de 5, 8, 10 km. Só a Track&Field Run Series teve 3 edições em 2012.

É prova praticamente todo fim de semana. Isso sem falar no Ironman, que a cidade sedia com orgulho a etapa brasileira do circuito.

Um fator positivo dessa profusão de provas é que isso é reflexo de um maior número de pessoas correndo, e isso por si só é muito bacana, embora eu confesse que sinto nostalgia dos tempos em que corria na Beira-Mar, ainda muito pequeno e acompanhado do meu pai, e era visto com olhares desconfiandos, como se fosse louco.

Correr ficou pop.

E apesar do fator citado acima, muito positivo, cabe ressaltar alguns pontos negativos desse crescimento:

- O nível dos atletas caiu muito competitivamente falando. As pessoas correm mais, e correm pior. A corrida, pra muita gente, deixou de ser esporte, e virou atividade de lazer. Até concordo, mas acho que participar de uma competição exige um mínimo de competitividade, e muita gente perdeu isso.  

- As provas encareceram. Esse é um dos motivos da queda do nível competitivo. Ninguém aguenta pagar todo fim de semana 60, 70, 100 reais pra correr. Fica uma menção honrosa para a corrida da Pague Menos desse fim de semana, 40 reais e com um kit recheado de produtos (por causa dos fortes patrocínios, é claro).

- Profusão dos chatos. Existem vários tipos: o fortão da academia que começou a correr na esteira semana passada e se acha expert no assunto, o contador de histórias, que já bateu alguns recordes mundiais em provas de rua, aqueles que gostam de correr em grupo ocupando boa parte da via, e tantos outros.

- A falta de criatividade nos percursos. Se tem tanta prova, porque quase todas elas são tão pouco criativas, largando e terminando na Av. Beira Mar Norte? Sei que isso é problema de outras cidades também, vide o aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Ainda quero ver uma prova no morro da lagoa...

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Sobre a corrida em si, faço ressalvas, apesar da ótima estrutura (muitos patrocinadores distribuindo brindes, kit maravilhoso, abastecimento de água perfeito). Colocaram uma competição de 1 km que não faz o menor sentido... qual é a ideia? Fazer os iniciantes participarem? Já existe os 5 km pra isso. 1 km não representa desafio pra ninguém no sentido de "completar a prova". Outra questão é a mistura de atletas dos 5 km e dos 8 km. Largada no mesmo horário e percurso no mesmo sentido. Resultado, no retorno dos 8 km, começamos a alcançar os atletas dos 5 km. O problema é que não havia espaço suficiente, e aí em vez de concentrar no final da prova, já bem cansado, era concentrar em desviar do pessoal que vinha mais lento no 5 km. Fora que com tanta gente não dava pra ter noção dos adversários na frente, diminuindo a disputa.

Apesar disso, considero essa uma das provas mais bacanas realizadas por aqui em 2012 pela boa estrutura.

Fiquei feliz com o desempenho por não sentir nenhuma dor. Foi a primeira corrida mais forte que fiz após os Jogos Abertos e por isso nem poderia cobrar meu melhor desempenho. Fiz uma prova cadenciada e o resultado foi satisfatório, até porque o nível de esforço, ainda que alto, foi menor que o usual.

O tempo marcado no relógio - 27.06 - ficou abaixo do tempo oficial que saiu no resultado, 27.19. Estranho, pois iniciei assim que deu a largada. De qualquer forma, o ritmo de 3.24 min/km me garantiu um resultado no top 10 (nono, mais precisamente) e a perspectiva de dias melhores.

2 comentários:

  1. Rafa, reclamão! Eu também sou hehe
    Eu acho que esse fim de ano é hora de ires com calma e tentar recompor teu corpo e espírito. Não sou atleta (no more), entendo nada de corrida (só que é chata), ainda assim acho que esse é o caminho.


    Acho ótimo mais pessoas participando, principalmente na "esportiva". Nem todo mundo quer competir, menino! Tem gente que compete consigo mesma, superando limites do corpo e mente.

    Acho claro, que a organização pode fazer com que ninguém seja prejudicado.

    Os percursos poderiam sim ser mais variados. Ta certo que a beira-mar parece perfeita na sua "planitude", mas poderiam pensar em bolar mais provas na via expressa Sul, no continente, no sc do norte da ilha (não lembro o número) e umas mais fortes no circuito da lagoa (claro, que teria que ser no inverno por conta do trânsito).

    Muito orgulho!!!

    Lise

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  2. É complicado Rafa... realmente, lembro do tempo que as corridas custavam de 5 a 20 reais e eram feitas pela calçada e ciclovia da beira-mar, mas felizmente provas grandes vieram para Floripa, e assim, fazendo com que a prefeitura abrisse a via principal da cidade para abrigar essas provas, e atrair grandes publicos.

    Muito tempo atrás dava para se pensar em realizar provas em diversos locais, mas com o trânsito caótico, um dos poucos lugares que comportam tantos atletas, estacionamento para tantos carros, é a Beira Mar...

    Esse ano estreiaram a Maratona Express, um modelo diferente de corrida, no estilo revezamento, ocuparam um espaço muito pequeno para realização da prova, a Beira Mar do Estreito, e a prova ficou muito boa, na minha opinião, uma das melhores de 2012, o único problema foi a falta de equipes fortes para gerar uma grande disputa, mas lembrou muito a simplicidade de provas de rua que fazíamos 5 anos atrás...

    Força na peruca Rafa, 2012 tá ficando pra trás, e 2013 nos reserva grandes realizações!

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