Corra de alguém. Desgarre-se do pensamento que devasta, da nostalgia que sufoca, do arrependimento que maltrata. Corra da saudade que ameaça essas promessas improváveis e frágeis do mais lúcido e consciente auto-engano.
Corra até implorar para si mesmo para parar. E então não pare; descubra que há de se implorar muito, e de joelhos, para que a moeda lançada pela vida caia cara, e derrube essa máscara de orgulho e ego que permeia a existência da desconfiança no talvez.
Corra para comemorar do ontem que passou e se aproximar do amanhã que de nada resta senão a esperança de se correr mais rápido ao final do arco-íris.
Corra pelo desconforto gerador de ideias que nunca virão a ser realizadas na incapacidade de agir tão bem quanto em pensamento; mas que amenizam a crueldade com um vislumbre de otimismo.
Corra na rua, no parque e na praia; rápido e pouco, devagar e muito, descalço ou com tudo, na hora marcada ou agora, planejando ou perdendo-se na memória.
E que tristeza essa que bate, quando se sente que se pode correr de absolutamente tudo, e que isso tão pouco importa, quando só não se corre da própria sombra que fisicamente inexiste, mas que atormenta a todo instante na inglória tentativa de correr de si mesmo.
Poema de tua autoria Rafa??
ResponderExcluirSe foi, meus parabéns, se não foi, meus parabéns por tê-lo compartilhado!
Sangue nos olhos e que venha o JASC!