Alto rendimento e saúde - Será que combina?

Essa semana estive fortemente gripado. Resultado das duas últimas semanas que foram intensas em termos de treinos e competições - foram três, todas extremamente cansativas e que felizmente pude alcançar minhas melhores marcas em diferentes distâncias: 4' 14" (1,500m), 16'19" (5,000m) e 33'45 (10 km), além de muito trabalho com as empresas que atendo (Sebrae/SC) e compromissos sociais.

Resultado: o corpo não aguentou e a gripe me derrubou. Há quem pense que ser atleta de alto rendimento garante uma saúde de ferro. Em 2012 meu retrospecto tem sido razoável: foi apenas minha segunda gripe na temporada, contra 5 em 2011. No último ano fiquei gripado quase uma vez a cada dois meses.

É verdade que treinos fortes garantem o desenvolvimento muscular, inclusive do coração, que passa a trabalhar com muito mais facilidade. Já medi minha frequência cardíaca em repouso e a mesma variou entre 45-50 batimentos. É claro que os músculos, sobretudo das pernas, tornam-se mais fortes e preparados para o dia a dia. A concentração também aumenta. E em geral a disposição para uma rotina variada, idem. E a respiração e transporte de oxigênio têm melhoria considerável.

Porém o que quero destacar é que o atleta de alto rendimento não é o nível de atleta mais saudável que existe. A partir de certo ponto, que eu não sei bem definir qual é, passamos a expor nosso corpo a uma maneira, digamos, não muito saudável. O raciocínio é simples: quanto mais forte treinar um atleta, mais suscetível a lesões ele se torna. Não é difícil entender porque um atleta se lesiona muito mais do que um sedentário. Mas é mais que isso. Submetendo o corpo a esforços acima do normal, a imunidade vai lá embaixo, o corpo fica debilitado e doenças aparecem com maior frequência.

Qual a solução?

Suplementar é uma eficiente maneira de combater. Admito que não fiquei gripado tantas vezes ano passado de graça - além dos treinos fortes, uma suplementação mal feita contribuiu para o problema.

Na recente competição da Track&Field, a premiação por ter subido ao pódio foi uma linha completa de suplementos Sundown.

Agora minha suplementação é composta de R4 (pós treino de carboidratos+proteinas), BCAA, 2 complexos vitamínicos, Oléo de Peixe (com ômega 3) e óleo de linhaça.

Assim, a correlação entre esporte e saúde não é linear. Quem treina mais não é mais saudável - pelo contrário, precisa se cuidar mais para aguentar a carga. Há casos famosos de atletas que não aguentaram: quem acompanhou as olimpíadas de Londres deve se lembrar do organizador geral, o ex-atleta Sebastian Coe, talvez o maior atleta de média distância de todos os tempos, astro nos anos 80. Após bater diversos recordes mundiais, teve uma série doença de baixa no sistema imunológico e nunca mais foi o mesmo, assim como seu grande rival na época, o também britânico Steve Ovett, que desistiu no meio da final olímpica dos 800m de 1984, quando defendia o título, por problemas imunológicos causados pelos fortes treinos.

Já que falo aqui de alto rendimento, gostaria de recomendar também o blog do meu amigo Juan Silveira, que segue nos favoritos, e também pode ser conferido Aqui. O Juan é dos grandes amigos que fiz no esporte e se prepara para os Jogos Abertos e o Ironman de 2013. Sabe como poucos sobre as dores e as glórias do esporte.

E como recomendar nunca é demais, nos favoritos ou Aqui pode ser conferido o blog da minha bióloga preferida, que também é minha parceira de discutir assuntos complicados da vida e de paixão por Londres. Recomendo porque ela sempre tem algo legal pra escrever, mesmo que nunca seja sobre esporte : )