sábado, 13 de novembro de 2010

Filmes 2010

Wall Street: o dinheiro nunca dorme
este texto poderia ser resumido com um "finalmente um filme competente sobre a crise econômica". E é mesmo: wall street tem toda aquela tensão e glamour envolvido em grandes somas em dinheiro, retratando a ganância, ambição e prestígio de uma elite muito seletiva que controla um sistema paradoxalmente poderoso e frágil, e as consequências de quando esse sistema quebra, como ocorrido em 2008. atuações competentes com destaque para Michael Douglas, o anti-herói da história, que merece concorrer ao Oscar de ator coadjuvante e é o personagem mais interessante desta trama: um ex-investidor muito bem sucedido financeiramente e que, depois de passar anos na cadeia, retorna aparentemente curado do 'culto ao dinheiro' e disposto a se retratar com a filha. Fotografias bonitas de Nova York, símbolo maior do império capitalista, o filme deixa a vontade de fazer parte desse pequeno mundo de poderosos que controlam o mundo, apesar de algumas 'forçassões de barra' para que o final da história seja feliz, como o fato do império de um dos homens mais poderosos ruir devido a informações divulgadas num site pouco conhecido. Ao final, sai-se do cinema satisfeito e com disposição para recomendar o filme, com a impressão que a trama poderia ser um pouco menos arrastada e que o final feliz do filme é um tanto quanto desnecessário e artificial.
7 / 10

A Origem
Christopher Nolan é um diretor ambicioso por realizar obra arriscada: um longa de 2h30 com enredo complicado e fantasias mirabolantes de sua mente, a efeito de seu primeiro filme, Amnésia. Mas a fantasia e o risco deram certo e Nolan criou uma obra de roteiro original e execução criativa, suficientes para se tornar novo queridinho de Hollywood. A verdade é que A Origem é daqueles filmes que valem a pena serem vistos duas vezes no cinema, dos poucos que ao final da sessão encontramo-nos paralisados olhando para a tela e tentando imaginar o que aconteceu. Um tema misterioso e que definitivamente vale a pena, os sonhos, e um ator acostumado e muito competente em papéis ambíguos. Muita ação inteligente, reviravoltas, diferentes interpretações e um final simplesmente supremo. Quando ao final do filme nos damos conta que apesar de bastante complicado tudo faz sentido, então percebemos que estamos diante de um dos maiores acontecimentos do cinema nos últimos tempos. Uma obra tão densa e complexa quanto os sonhos de quarta ordem.
9 / 10


Crime em Oxford
Elijah Wood (Martin) faz um papel que lhe cai bem, o de estudante franzino e nerd com ar depressivo num enredo interessantede assassinatos dentro da universidade de oxford que gira em torno do professor prodígio e arrogante Seldom, por quem Martin nutre admiração e inveja. Mas o filme esbarra em suas próprias incoerências. Não combina o fato do personagem fazer sucesso entre as mulheres gratuitamente (elas tem paixão à primeira vista pelo rapaz) somente para estruturar a ligaçãoentre ele e o professor. O filme tenta ser intelectual ao combinar séries matemáticas com séries de assassinatos, mas forçacertas coincidências para que o enredo faça sentido e, no fim, o até interessante final acaba não sendo justificado pelos meios. Elijah Wood era melhor como Frodo.
5 / 10

Ameaça Terrorista
Recheado de fortes cenas de tortura e com uma grande atuação de Samuel L. Jackson, este é um filme de grandes incoerências e um grande trunfo.o torturador H. é quem dá o tom ao enredo em que se misturam vilões e heróis e que questiona nossos limites éticos. Algumas vidas por milhares de outrasé justo? A tortura é ética quando se tem objetivo de salvar vidas? é justo prejudicar inocentes se essa for a única solução? No seu desenrolar,escolhemos de quem ficamos do lado. Da detetive do FBI que representa "os direitos humanos" ou de H., inescrupuloso e capaz de todas as formas de violênciapara obter informações. Quem está certo? quem está errado? pode-se sentir pena do terrorista que vê a mulher ser assassinada e os filhos torturados comos próprios olhos?há um certo exagero por parte de H e da polícia despreparada, mas no fim é um filme que mexe e questiona seus padrões éticos.
7 / 10

O Grande Desafio
Denzel Washington não chega a ter uma grande atuação como professorde oratória, mas dois de seus alunos tem atuação marcante nesta história que retrata os anos 60 americanos em forma dos famosos debates de oratória entre universidades com o tema central do preconceito racial. Quando foca neste assunto, o filme vai bem e é marcante. Se perde quando tenta misturar a relação afetiva entre seus personagens, a tradicional "tragédia anunciada" (o professor não poderá ir para Harvard conosco, oh não!) e o excessivo e retumbante finalem que há a óbvia volta por cima, redenção gloriosa e aplausos de pé. Problemas que não chegam a estragar um filme que é agradável e bem contado do início ao fim.
7.5 / 10

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